7 de junho de 2009

Parece brincadeira, mas é real...



Cai a noite, e, mesmo em uma cidade grande, os sons diminuem. As luzes se apagam gradativamente, e tudo fica mais calmo.

Mas, não nessa noite...

Moro em um edifício que fica entre dois outros edifícios, daquele jeito que é só olhar pela janela que se vê a mãe do vizinho trocando de roupa.

Nessa noite, o vizinho rompeu com toda a calmaria da noite, meteu a cara na janela e começou a gritar sei lá com quem. Dizia assim:

- Sobe aqui seu safado! Sobe aqui que eu vou quebrar a sua cara! Melhor... eu vou descer aí e vou quebrar você todo!

Eu não estava entendendo nada... acordei com o coração palpitando e fui ver as horas. Já passavam das 2h da madrugada, e esse louco estava acordando todo mundo. Eu nem ouvi uma réplica... ninguém respondia às intimações dele... e ele continuava a gritar:

- Eu vou te pegar! Vou quebrar a sua cara!

E eu, morrendo de vontade de mandá-lo ir dormir... logo ouço um outro vizinho dizendo assim:

- Ah! Vá dormir! Não tem o que fazer não?!

Aí pronto... o primeiro vizinho teve com quem discutir.... Foi um xinga xinga, e as luzes de outras janelas começaram a acender, e logo outros vizinhos começaram a xingar aquele que tinha acordado todo mundo.

Primeiro, apareceram o homens machos, para calar a boca desse vizinho que acordava as suas mulheres, logo, ouvi as vozes das mulheres, que clamavam em prol do sono dos seus filhinhos... e, por último, as senhoras, que, com aquele som banguela, diziam:

- Meu filho, vá dormir senão eu vou chamar a polícia!

- Pode chamar a polícia! Vem para cá sua velha desdentada! Vem para cá que faço a senhora dormir rapidinho! Respondeu o primeiro vizinho.

Vixxi... os homens e mulheres tomaram a dor da senhora que foi desrespeitada e logo começou a baixaria. Até que um desses vizinhos falou algo diferente; disse assim:

- Ah, que saber..? Pula cara!

Por uns cinco segundos houve um silêncio, até que todos os vizinhos gritaram, em coro:

- Pula! Pula! Pula!

No momento foi muito engraçado... Essa era, de fato, a vontade geral.


Mas hoje, penso no que teria acontecido se o primeiro vizinho tivesse pulado. Como teria sido a reação de todos aqueles que falaram para ele pular. Como teria sido a minha reação.

Muitas vezes nos deparamos com situações que despertam raiva e falta de consideração por aqueles ao nosso redor, às vezes nem pensamos na raiz do problema, queremos mesmo é nos livrar do problema, independente de qual forma.

Nos comovemos com notícias de suicídio, mas estávamos motivando um.

Se o rapaz tivesse pulado, embora parecesse uma solução, será que todos voltariam a dormir naquela noite? E será que todos voltariam a dormir em paz nas noites seguintes?

Muitas vezes queremos soluções fáceis para os nossos problemas... mas essas, às vezes, nem soluções são.

A solução, definitiva, parece ser sempre a mais difícil, e nunca será ditada pela massa... por um grupo de pessoas.

Em um momento de raiva, é difícil perceber qual será a solução, mas Deus nos diz assim:

“Porque meus pensamentos não são os vossos pensamentos; nem os vossos caminhos os meus caminhos” (Is. 55:8).

Somos movidos por nossas emoções, e a nossa tendência sempre será egoísta e inconseqüente, mas Deus nos dá a certeza de que Ele não pensa como nós, Ele é quem vê o fim desde o princípio.

Que deixemos que Deus pense por nós, e nos guie em Seu caminho.

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